Animais de estimação contribuem para o bem-estar

Os estudos mais recentes têm demonstrado que existem vários benefícios dos animais de companhia no desenvolvimento psicológico, social e na qualidade de vida das pessoas. Verificaram-se níveis de solidão, depressão e ansiedade mais baixos em pessoas que possuíam animais de companhia. Um dos problemas mais comuns nos dias de hoje é o stress. A interacção com animais de companhia pode, de facto, contribuir para a redução dos níveis de stress, proporcionando um suporte emocional a muitas pessoas. Acrescenta-se, ainda, o papel de facilitadores sociais e de integração de crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiência.

Estes são apenas alguns resultados encontrados nas centenas de estudos que já foram realizados por psicólogos, psiquiatras e médicos. Contudo, é importante referir que estes benefícios surgem apenas em pessoas que gostam e estabelecem uma ligação emocional próxima com animais.

Crianças
Há cada vez mais certeza de que a existência de um animal de companhia na vida das crianças lhes proporciona um desenvolvimento mais harmonioso, quer psicológica, quer socialmente. As crianças que possuem cães em casa e que interagem com estes apresentam uma maior descentração pessoal e um comportamento mais pró social. Para além da facilitação e integração social, a interacção com animais de companhia contribui positivamente para a auto-estima e sentido de responsabilidade. Os animais de companhia são verdadeiros promotores da qualidade de vida das crianças, uma vez que facilitam a exploração do mundo e ajudam na construção da sua independência. Muitas crianças encaram os seus animais de companhia como parceiros de brincadeiras, aventuras e como os seus fiéis protectores. Esta visão vai mudando com o tempo, passando os animais de companhia a serem os mais íntimos confidentes e fonte de suporte emocional. Independentemente da idade, a maioria das crianças encara os animais como um amigo especial e como membro da família.


Idosos
A solidão e o isolamento social são outros problemas que têm vindo a crescer na nossa sociedade. Basta pensar na quantidade de idosos que vivem sozinhos nas cidades e aldeias do nosso país. Muitos deles possuem pouco ou nenhum suporte social. Um grande número tem um cão ou um gato. Os animais tornam-se fiéis companheiros, dando maior alegria e um sentido a uma existência que nem sempre é colorida. Alguns estudos indicam que a qualidade de vida do idoso aumenta, assim como a sua longevidade. A inserção de animais de companhia em lares tem proporcionado oportunidades para os idosos conversarem, recordarem outros tempos, assim como para a sua estimulação sensorial.

Dr. Hugo Jorge - Psicólogo
O Menino e o Labrador

ABC da criação de cães

Quantas vezes não desejamos cruzar a nossa cadela. Algumas vezes para ter descendência dos nossos amigos de quatro patas, outras para ganhar uns tostões. É uma cena repetida muito frequentemente e que acaba por se traduzir num cenário conhecido. Um dono em pânico e uma cadela em sofrimento. Se por vezes essa atitude é devida à inexperiência, amiúde é consequência de falta de informação e acompanhamento especializado.



Os resultados podem ser muitos mas pode implicar desde a perda da ninhada ou da cadela. O meio melhor de evitar ou se preparar para estas situações é ser um proprietário informado antes de criar cruzar os seus cães.


No veterinário
Antes de decidir cruzar o seu cão, uma visita ao seu veterinário é essencial. Assim pode assegurar-se de que o seu cão está em saúde excelente, com as vacinas em dia e livre de parasitas externos e internos. Discuta uma dieta adequada para a gravidez, pois certos requisitos nutricionais aumentarão. Se tem um cachorro de raça, esteja seguro de discutir qualquer possíveis problemas hereditários , porque cada raça tem uma tendência a desenvolver certas doenças ou condições. O seu veterinário pode informar de que problemas são comuns entre sua raça específica e se seu cão é um bom candidato ao cruzamento. O temperamento é importante. Animais tímidos ou agressivos, ansiosos ou nervosos frequentemente fazem pais pobres e passam estas características aos seus filhotes.
Durante a gravidez deverá ainda efectuar um diagnóstico de gestação.


O parceiro correcto
O companheiro direito para a sua cadela deve ser feito cuidadosamente e com consideração. Escolha um companheiro que complemente o seu animal . Um criador experiente frequentemente pode ser útil em mostrar-lhe as qualidades e defeitos do seu animal. Todas as raças têm um estalão da mesma que deverá conhecer de forma a avaliar o parceiro de cruza.


Ciclo Reprodutivo
O seu veterinário pode explicar em detalhe o ciclo reprodutivo da sua cadela caso não o conheça. Isto é essencial para tratar bem a cadela durante a gravidez. Uma cadela torna-se fértil aproximadamente duas vezes por ano. O cruzamento deverá ser feito nestes ciclos na altura mais propicia em que a cadela aceita o cão. No caso de algumas raças como o Buldogue Inglês poderá ser necessário recorrer a inseminação artificial. O período de gestação, é de 58 a 63 dias a contar do dia do cruzamento.


O trabalho de parto
Durante as primeiras semanas de gravidez provavelmente não notará quaisquer diferenças notáveis em comportamento. Como a aproximação do parto a sua cadela pode tornar-se inquieta e começar a fazer o ninho e a desejar isolamento e tranquilidade. Com a aproximação do parto, segue-se uma queda natural na temperatura do corpo. Com o inicio do parto a cadela activamente contrai os músculos do abdómen e útero para ajudar a empurrar os cachorrinhos para a frente. Às vezes um fluido sai antes do cachorrinho. Estes são as membranas da placenta. Pode ter de ajudar a sua cadela a rasgar as placentas quando os filhotes estão cá fora. Não se admire de ela as comer. Se a sua cadela estiver mais de uma hora sem que saia um cachorro é altura de telefonar ao seu veterinário.


Seja previdente
Todos esperamos um trabalho fácil e entrega com um ninhada linda de animais saudáveis como resultado. Mas se espera o melhor você também deve ser preparado para o pior. Uma cesariana é frequentemente necessária e regularmente antecipada em certas raças, tal como o buldogue inglês, como referido anteriormente. Nem todas as crias sobrevivem; algum estão com defeitos de nascimento. E contrariamente à crença popular, nem todas as cadelas são "mães naturais." Algumas simplesmente rejeitam a ninhada pelo que deverá estar pronto para dormir por turnos durante 6 semanas com recurso a leite de substituição.

Além dos filhotes deve tomar cuidado com a mãe. A alimentação indicada para o aleitamento deve ser mantida rigorosamente e deve verificar se surgem feridas nas mamas derivadas do aleitamento. Informe-se sobre o risco de eclampsia no caso de ter uma cadela de pequenas dimensões.


Economicamente falando
Para o final deixo o que deveria ser considerado no inicio. As considerações económicas. Se está a pensar em ser criador profissional deverá saber exactamente qual o percurso que deseja e estar ciente dos investimentos avultados que terá de fazer em instalações, veterinários, animais e aprendizagem. È um percurso acidentado e muitas vezes ingrato num país sufocado por excesso de oferta de raças da moda criadas unicamente por considerações mercantilistas. O Criador responsável não tira um grande lucro de seus cães pois não se dá a economias para aperfeiçoar a raça.

Caso crie para ter um descendente de seu cão ou cadela, tenha algum dinheiro de parte para eventuais complicações no parto e ter os suplementos necessário para a mãe e seus filhotes e não se esqueça de começar a procurar donos para a ninhada antes mesmo de eles nascerem.


Vasco Valente: Canil Casa de Anaval