Os Graus da Displasia da Anca
GUIA PARA O CRIADOR E PROPRIETÁRIO DE CÃES
Porquê anestesiar o animal para realizar o exame radiográfico?
Quais os graus de displasia da anca que posso usar na reprodução?
Qual a importância de reduzir a prevalência da doença?
Qual a importância de se conhecer os graus de displasia nos animais presentes num pedigree?
A displasia da anca é uma doença que afecta a articulação coxo-femoral , também denominada da anca. Esta articulação é formada pela cabeça do fémur e a cavidade acetabular dos ossos da bacia, e é responsável pela transmissão das forças da coluna vertebral pelo membro posterior até ao solo quando o animal anda ou corre. Para que esta articulação funcione correctamente é necessário que exista uma coaptação perfeita das duas superfícies ósseas (redonda da cabeça do fémur e côncava do acetábulo), mas também resistência dos tecidos moles envolventes como a cápsula articular, ligamento redondo (liga a cabeça do fémur ao acetábulo, tal como a cápsula articular), músculos e tendões que envolvem a articulação.
O que é a displasia da anca?
A displasia da anca é uma doença de biomecânica de desenvolvimento, isto é, o animal nasce normal mas durante os seus primeiros meses de vida as articulações coxofemorais sofrem alteração na sua forma devido a falta de coaptação entre as superfícies ósseas originando deformação da cabeça do fémur. A falta de congruência articular origina artrose o que em muitos casos é responsável pela dor e consequente claudicação dos animais. A falta de congruência das superfícies ósseas articulares deve-se a um processo de maturação mais rápido do esqueleto relativamente aos tecidos moles (músculos, cápsula articular, ligamentos) o que faz com que exista lassidão (falta de resistência) destes e consequentemente incapacidade para manter o contacto normal entre as superfícies ósseas da articulação. Esta falta de resistência dos tecidos moles envolventes da articulação origina precocemente sub-luxação articular (cabeça do fémur mal encaixada na cavidade acetabular) e posteriormente lesões de artrose.
Quais as causas da displasia da anca?
A displasia da anca é uma doença hereditária e genética, embora alguns factores ambientais possam contribuir para uma maior expressão da doença em animais com genes para a displasia da anca. Para o desenvolvimento da doença é necessário que o animal tenha genes para a displasia da anca. Não se sabe ao certo quantos genes estão envolvidos, mas sabe-se que são muitos, por isso é denominada de doença poligénica. Nas doenças poligénicas quanto maior fôr o número de genes alterados herdados dos progenitores mais marcada será a doença nos cachorros. No entanto, a questão não é tão simples uma vez que alguns dos genes se combinam aleatoriamente e não de forma aditiva, embora num número muito reduzido. Os factores ambientais como excesso de peso, ração hipercalórica, curva de crescimento muito acentuada, chão escorregadio e liso, excesso de minerais como o cálcio, excesso de exercício, contribuem para exacerbar as alterações mas não são a causa da doença.
A displasia da anca aparece com igual prevalência em todas as raças?
A displasia da anca é uma doença que aparece mais frequentemente em raças de cães médias e grandes, embora possa ocorrer em qualquer raça. As raças mais predispostas são por exemplo S.Bernardo, Bulldog, Terra Nova, Retriever do Labrador, Golden Retriever, Mastins, Pastor Alemão, Serra da Estrela, Rafeiro do Alentejo, Shar-Pei, Akita, Setters, Cão Boieiro Suiço, Rottweiller, Dobermann, etc. As raças pequenas são também atingidas embora pelo seu peso corporal em muitos casos não manifestem sinais clínicos da doença.
Qual a importância de radiografar o meu animal?
Não existe nenhum teste genético para despistar um animal portador de genes para a displasia da anca. O exame radiográfico, é hoje em dia considerado o meio de diagnóstico que melhor permite despistar os animais que não tendo sinais clínicos de displasia da anca têm no entanto lesões compatíveis com a doença, sendo essas lesões um marcador da presença de genes para a doença. Os animais devem ser radiografados aos 12 meses para raças médias e grandes e 18 meses raças gigantes. O Rottweiller sendo uma raça grande deve ser radiografado aos18 meses. A partir dos 5-6 anos de idade a avaliação torna-se mais difícil uma vez que podem existir lesões de artrose não relacionadas com displasia da anca. Por isso, para efeitos de despiste de displasia da anca dever-se-á evitar submeter radiografias de animais a partir desta idade.
Raio X de um cão isento de displasia coxofemoral
Raio X de um cão com displasia coxofemoral
Porquê anestesiar o animal para realizar o exame radiográfico?
A anestesia geral permite um relaxamento muscular total e dessa forma conseguimos posicionar correctamente o animal para o exame. Caso contrário teremos de repetir várias vezes a radiografia até obter um rx de boa qualidade. Sem um posicionamento correcto é impossível atribuir uma classificação à radiografia. Por outro lado, o relaxamento muscular permite observar a lassidão da articulação com maior facilidade e dessa forma sermos mais precisos na avaliação.
Qual o significado dos diferentes graus da classificação da displasia da anca?
Os graus atribuídos na classificação da displasia da anca em Portugal são os graus definidos pela Federação Cinológica Internacional e que se identificam por letras: A, B,C, D, E. Os graus A e B são animais sem sinais radiográficos de displasia da anca, os graus C, D, e E correspondem a animais com sinais de displasia da anca. O grau C corresponde a displasia ligeira, o grau D displasia moderada e o grau E displasia grave.
Quais os graus de displasia da anca que posso usar na reprodução?
Em princípio só deveríamos utilizar na reprodução animais com graus A e B. De facto só esses permitiriam reduzir significativamente o número de genes para a displasia. No entanto, nalgumas raças o nível de displasia da anca é tão elevado que se eliminássemos todos os animais com grau C ficaríamos com um conjunto de reprodutores muito limitado. Nestes casos pode utilizar-se um dos progenitores com grau C embora o outro deve ser A ou B. Esta é uma excepção não deverá ser a regra.
Qual a importância de reduzir a prevalência da doença?
Se utilizarmos na reprodução animais com displasia da anca a doença perpetua-se com uma intensidade crescente devido ao efeito maioritariamente aditivo da combinação dos genes e consequentemente animais com sinais mais marcados. Isto tem repercussões individuais pelo sofrimento do animal envolvido e dos seus proprietários, maiores despesas associadas à terapêutica e muitas vezes perdas de animais com características excelentes em termos de beleza ou trabalho. Por outro lado, em termos populacionais de uma raça conduz inevitavelmente ao retrocesso em termos de características da raça e um esforço posterior muito maior para obter animais sem sinais de displasia da anca.
O reconhecimento do grau de displasia até à 3ª ou 4ª geração de um pedigree é muito importante porque isso dá-nos a percepção do grau de probabilidade de ocorrência de animais com displasia da anca. Se eu dispuser de um cão classificado com grau B proveniente de pais e avós com graus A e B provavelmente este animal disporá de muito poucos genes para a displasia da anca. Se pelo contrário eu usar um reprodutor (macho ou fêmea) com grau B mas com alguns dos antepassados com grau C e D a probabilidade de obter cachorros com displasia da anca é francamente maior. A inscrição dos graus de displasia nos pedigrees e a sua análise constitui um auxiliar fundamental na selecção criteriosa dos reprodutores.
APMVEAC 2006
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Esgana
A esgana é uma doença viral altamente contagiosa e eventualmente mortal, que ataca os cães de qualquer idade, muito particularmente os animais mais jovens. Embora esta doença esteja contemplada no programa normal de vacinação dos cães, não é raro acontecerem casos de contaminação, pelo que é conveniente ter algumas noções sobre a sua disseminação.
Transmissão
A esgana transmite-se por contacto directo ou por via aérea (tosse ou espirro) de um cão infectado com o vírus para um cão são e não vacinado. O vírus da esgana pode ser transportado no focinho ou nas almofadas das patas. Ou ainda através dos humanos. O homem, não sendo afectado pela esgana, pode constituir o veículo, transportando-o no calçado, nas roupas e nas próprias mãos.
É devido a esta facilidade de transmissão que surgem tantos casos de esgana, especialmente nos cachorros que ainda não iniciaram o programa de vacinação.
Por ignorância, muito frequentemente não são tomados determinados cuidados, como por exemplo evitar que o cachorro tenha contacto directo com o exterior (rua). As pessoas facilitam e até ironizam, dizendo que assim os bichos até criam anti-corpos, e desconhecem que essa exposição é extremamente arriscada e pode ser fatal.
Importante: Um cão com esgana deve ser rigorosamente isolado de outros cães.
Prevenção
A prevenção passiva consiste em preservar o cachorro de agentes exteriores, mantendo-o em espaços limpos, especialmente antes das primeiras vacinas.
A prevenção activa é feita através da vacinação. Se a vacina não for ministrada nas datas preconizadas, a doença poderá vir a ser incurável.
Os cachorros devem ser vacinados com cerca de oito a dez semanas e revacinados anualmente com doses de reforço. De qualquer modo, competirá ao veterinário estipularar esse programa.
Tratamento
Quanto mais velho for o cão, mais probabilidades terá de sobreviver à doença. No entanto, ele virá a sofrer algumas sequelas, como espasmos musculares, epilepsia ou paralesia temporária ou permanente. Nos cachorros afectados, ao contrário, verifica-se uma alta taxa de mortalidade.
Não existe um tratamento específico para a esgana. Por outro lado, os antibióticos não produzem efeito sobre as viroses. Assim, o tratamento consiste em reduzir alguns dos sintomas, o que implica hospitalização em cuidados intensivos para repouso e aplicação intravenosa de fluidoterapia e outros tratamentos.
Sintomas da doença
A doença apresenta três formas:
1 – Esgana digestiva
Febre alta
Vómitos
Diarreia
Perda de apetite
Desidratação
2 – Esgana respiratória: Apresenta os mesmos sinais clínicos descritos atrás, mas acompanhados de tosse.
3 – Esgana nervosa: Constitui a fase final da doença com:
- Espasmos nervosos
- Contracções musculares
- Paralesia (eventual)
Importante: Se o cão apresentar os primeiros sintomas de esgana, deve ser levado imediatamente ao veterinário. O atraso de um ou dois dias pode ser fatal.
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Dirofilariose - Verme do coração
A dilofilariose é uma doença que ataca cães e gatos, relativamente pouco conhecida e à qual nem sempre se dá a devida importância. Esta doença é provocada pela picada de certos mosquitos.
Sinais da doença
A dirofilariose provoca lesões muito graves antes do aparecimento dos sintomas visíveis. Na altura em que estes se tornam evidentes a doença já está de tal forma avançada que as lesões nos orgãos internos podem ser irreversíveis.
Um cão com dirofilariose em estado avançado pode apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:
Tosse, cansaço generalizado, falta de resistência a actividades físicas, apatia, dificuldade de respirar, perda da consciência, diarréia, vômito, falta de apetite, perda de peso, etc.
Causas
A infecção acontece da seguinte forma: Um mosquito ao picar um cão já contaminado com a dirofilária ingere os ovos deste verme juntamente com o sangue. Dentro do mosquito esses ovos vão desenvolver-se em larvas ainda em estado imaturo que, por sua vez, vão infectar um cão saudável quando este é picado pelo mosquito. Estas larvas migram até ao coração e após a maturidade reproduzem-se lançando ovos na corrente sangüínea que serão ingeridos por mosquitos ao picarem esse animal. E assim sucessivamente. Pode dizer-se que o mosquito é o veículo, provocando a disseminação da doença dos cães infectados para os cães saudáveis.
Após a penetração das larvas, há vários desfechos possíveis. As larvas migram pelo corpo e acabam caindo na corrente circulatória estendendo-se desde as artérias pulmonares até ao coração. As dirofilárias causam lesão dos tecidos do organismo do animal e obstrução de vasos causando uma diminuição do fluxo sangüíneo em certos órgãos. Quando mortas, os fragmentos dessas dirofilárias causam uma grave obstrução e reação do organismo podendo inclusive causar um choque. Nesta ocasião a doença já se apresenta de forma grave e crónica, manifestando-se em tosse, cansaço e apatia.
Larva
Prevenção
A melhor forma de evitar a doença é preveni-la.
Se viver num local normalmente infestado de mosquitos é aconselhável efectuar análises ao sangue, mesmo antes de existirem sintomas da doença.
Esta medida é apesar de tudo mais barata e tem uma margem de segurança maior do que o tratamento que geralmente é cirurgico. Converse com o veterinário e discuta a necessidade de fazer um exame. O mais comum é o exame de sangue que pode inclusive avaliar o grau de infestação. Mas pode-se recorrer a exames complementares como radiografias, ultrassom cardíaco e ecocardiograma se os sintomas forem mais evidentes. Existem no mercado alguns medicamentos para prevenção da dirofilariose mas chamamos atenção que esses medicamentos não devem ser usados sem a prescrição e acompanhamento permanente de um médico veterinário. Sempre que levar o seu cão ao veterinário consulte-o sobre a dirofilariose. Há locais onde esta doença é menos disseminada e os cuidados de prevenção são por isso desprezados, não constando dos exames de rotina do veterinário. Mas mais vale prevenir do que remediar. A dirofilariose costuma ser "esquecida" e os exames preventivos nunca são feitos. Depois, na maioria das vezes, só quando o cão se queixa de tosse, cansaço e de outros sinais é que esta doença é lembrada.
Erlichiose - Doença transmitida pela Carraça
Descrição sumária
A infestação de carraças no cão, além de causar um incómodo muito grande ao animal pela comichão que provoca (reação alérgica), pode causar anemia como consequência da sucção do sangue nos casos de grandes infestações e transmissão de doenças infecciosas como a Erlichiose.
A mesma carraça pode transmitir apenas uma ou as duas enfermidades.
A Doença tem tratamento, mas a cura depende da fase e do estado em que o animal se encontra.
A Erlichiose é transmissível ao homem (febre da carraça) mas apenas se ele for picado por uma carraça portadora e não pelo simples contacto com o cão infectado.
A doença atinge rins, fígado, baço, pulmões, medula óssea, gânglios, e, se não tratada, pode até matar.
Forma de contaminação
A transmissão entre animais faz-se pela inoculação de sangue proveniente de um cão contaminado para um cão sadio, cujo agente intermediário é a carraça. A carraça quando pica um cão doente fica infectada. Picando depois um cão sadio, transmite-lhe a doença.
No entanto, a infecção também poderá ocorrer no momento de transfusões sanguíneas, através de agulhas ou outros utensílios contaminados.
A anemia no cão pode ocorrer como resultado de grandes infestações, uma vez que a carraça se alimenta do sangue do animal. Mas não é necessário uma grande quantidade de carraças para que estas doenças sejam transmitidas. Uma ou duas carraças portadoras de formas infectantes dos protozoários causadores dessas enfermidades são o bastante para que o cão contraia uma dessas doenças.
Vector da doença
O principal vector da doença é o Rhipicephalus sanguineus, que irá infectar os glóbulos brancos do sangue (Erlichiose), ou os glóbulos vermelhos (Babesiose).
A mesma carraça pode transmitir a Babesiose, que em algumas situações pode ocorrer juntamente com a Erlichiose.
Incubação
O período de incubação da doença, ou seja, desde a inoculação do agente até o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos, varia de 7 a 21 dias.
Esta enfermidade ocorrre com maior frequencia no verão, onde as condições climáticas favorecem a proliferação da carraça, embora possa ocorrer durante o ano todo.
Diagnóstico
O diagnóstico é difícil no início da infecção pois os sintomas são semelhantes a várias outras doenças. A presença da carraça e a ocorrência de outros casos da doença na região, podem ser importantes para se confirmar a suspeita clínica.
O diagnóstico pode ser feito através da visualização da bactéria numa amostra de sangue (exame que pode ser realizado na clínica veterinária) ou através de testes sorológicos mais sofisticados, realizados em laboratórios especializados.
Sinais clínicos
Os sinais clínicos podem ser divididos em três fases:
· Aguda (início da infecção)
· Subclínica (geralmente assintomática)
· Crônica (nas infecções persistentes)
A fase aguda da doença é caracterizada por:
· Febre (39,5 - 41,5ºC)
· Perda de apetite e de peso
· Fraqueza muscular
Menos frequentemente observa-se:
· Secreção nasal
· Perda total do apetite
· Depressão
· Sangramentos pela pele, nariz e urina
· Vómitos
· Dificuldade respiratória
(Este estágio pode perdurar até 4 semanas e não ser percebido pelo dono)
A fase subclínica é geralmente assintomática, podendo ocorrer algumas complicações tais como:
· Depressão
· Hemorragias
· Edema de membros
· Perda de apetite
· Palidez de mucosas
Se o sistema imune do animal não for capaz de eliminar a bactéria, poderá desenvolver-se a fase crónica da doença. Nesta fase, a doença assume as características de uma doença auto-imune em que o animal apresenta os mesmos sinais da fase aguda, porém atenuados, e com a presença de infecções secundárias tais como:
· Pneumonia
· Diarreia
· Problemas de pele
O animal pode também apresentar:
· Sangramentos crónicos devido ao baixo número de plaquetas (células responsáveis pela coagulação do sangue)
· Cansaço
· Apatia motivada pela anemia
Tratamento
O principal objectivo do tratamento consiste em curar os animais doentes, mas também prevenir a proliferação da doença pelos portadores assintomáticos (fase sub-clínica e crónica). O antibiótico conhecido como DOXICICLINA é considerado o principal medicamento no tratamento da Erlichiose em todas as suas fases.
Duração do tratamento
Os critérios para o tratamento variam de acordo com a precocidade do diagnóstico, da severidade dos sintomas clínicos e da fase da doença que o paciente se encontra quando do início do tratamento. O tratamento na fase aguda pode durar até 21 dias e na fase crônica até 8 semanas.
Prognóstico
O prognóstico depende da fase em que a doença for diagnosticada e do início da terapia. Quanto mais cedo se diagnostica e se inicia o tratamento, melhores são as chances de cura. Em cães nas fases iniciais da doença, observa-se melhora do quadro clínico após 24 a 48 horas do início do tratamento.
Prevenção
Infelizmente, não há nenhum esquema de tratamento preventivo como a vacina. A prevenção da doença é muito importante nos locais de grande concentração de animais. Por isso, se o cão frequenta áreas infestadas por carraças como jardins ou outros locais com vegetação, ele certamente irá pegá-las.
Mas retirar a carraça do cão não basta. O principal inimigo, que passa despercebido, ou seja, os ovos e larvas, estão no ambiente e nele sobrevivem durante muitos meses. Por isso é difícil ou impossível exterminar a carraça em locais públicos, pelo facto de elas depositarem os seus ovos na vegetação e também nas frestas das paredes, muros e mesmo no chão.
Por outro lado, a carraça, em todos os seus estágios de vida (desde larva até adulta), é muito resistente, o que dificulta o seu combate.
Assim, há cuidados a ter se as férias com o seu cão forem na quinta, no meio do mato, ou em locais onde haja vacas, cavalos e outros cães. Nestas alturas convém usar uma dose extra de um produto anti-parasitário para evitar as pulgas e as carraças. Além disso, deve ser feita uma inspeção diária cuidadosa na pelagem que pode ajudar a detectar a presença de carraças.
Anti-parasitários
Apesar das dificuldades de combater a carraça, determinados produtos anti-parasitários não deixam de ser bastante eficazes. Uns devem ser aplicados no ambiente doméstico onde o cão vive habitualmente (casa, jardim particular, etc.); outros devem ser aplicados no corpo do próprio animal.
Há coleiras anti-parasitárias como a Scalibor que, não sendo 100% eficazes, repelem com elevado grau de eficiência não só as carraças como as pulgas e mosquitos. Outros insecticidas, como o Ectokill ou o Frontline, podem ser usados simultâneamente. Contudo, estes produtos devem ser sempre administrados sob a responsabilidade do clinico veterinário, pois alguns podem provocar alergias graves ao cão.
A indicação das marcas destes produtos não envolve qualquer preferência e serve apenas para exemplificar o tipo.
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Leptospirose
A leptospirose é uma das doenças contemplada no programa normal e obrigatório de vacinação dos nossos animais de estimação. No entanto, é sempre conveniente saber-se como ela se transmite, quais são os agentes de contaminação e quais os sintomas, até pelo facto de nós também estarmos sujeitos a contrair a doença quando em contacto com os nossos animais.
Descrição sumária
A leptospirose é uma doença infecciosa febril, aguda, de carácter sistémico, potencialmente grave, causada por uma bactéria, a Leptospira, normalmente transmitida pela urina dos ratos.
A leptospirose ocorre no mundo inteiro, exceto nas regiões polares.
Em seres humanos, atinge pessoas de todas as idades, mas em 90% dos casos o desenvolvimento da leptospirose é benigno.
Nos animais, quando não vacinados, a doença é mortal.
Transmissão
A leptospirose pode considerar-se uma zoonose, por atingir especialmente os animais, desde roedores a outros mamíferos silvestres, animais domésticos (cães e gatos) e outros ligados à actividade pecuária (bois, cavalos, porcos, cabras e ovelhas).
Estes animais, mesmo quando vacinados, podem tornar-se portadores assintomáticos e eliminar a leptospirina através da urina.
Agentes da transmissão
O rato de esgoto é o principal responsável pela infecção humana, não só pelo facto de existir em grande número como também pela habitual proximidade com as pessoas.
A leptospirina multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos, sendo eliminada pela urina e contaminando a água, os solos e produtos alimentícios.
O homem é infectado casual e transitoriamente mas é muito pouco provável que venha a ser transmissor da doença, especialmente de uma pessoa para outra.
Modos de transmissão
A infecção resulta da exposição directa ou indirecta à urina de animais infectados, que se verifica no contacto com lamas, águas contaminadas ou através da ingestão de alimentos mal lavados como os usados em saladas cruas, por exemplo.
A leptospirina ao ser eliminada com a urina, normalmente sobrevive na água que tenha um pH neutro ou alcalino. Não sobrevive em águas salgadas. Mas também pode resistir num solo húmido. Por este motivo, grande parte das infecções verifica-se através do contacto com águas de inundações em locais onde não existe rede de esgotos nem drenagem de águas pluviais.
Os cães ao cheirarem o rasto de um rato, se lamberem mesmo ao de leve a urina deixada por eles, ficam normalmente contaminados e portadores da doença. Por isso, as pessoas devem evitar o contacto com a urina dos animais de estimação, mesmo quando estes estão vacinados. A vacina usada nos animais evita a doença, mas não impede a transmissão e infecção aos seres humanos.
Sintomas da doença nos animais
Sinais clínicos
1ª fase: Anorexia, Apatia ,Vómitos e Febre.
2ª fase: Anemia, Icterícia, Diarreia, Polidipsia (beber em demasia e frequentemente), Poliúria (urinar frequentemente). A urina pode apresentar-se com sangue. Úlceras na boca ou língua.
O animal morre geralmente 8 a 14 dias após a contaminação se não estiver vacinado.
Prevenção
- Vacinação anual do animal.
- Cuidados gerais
Alguns cuidados estão directamente relacionados com o meio ambiente e com o local onde se vive. Outros têm a ver com a higiene da habitação e com a própria higiene pessoal. Apontam-se alguns desses cuidados sem ser de forma exaustiva. No essencial interessa acautelar situações de contacto ou ingestão indirecta da urina de roedores e dos próprios animais com quem convivemos.
Assim, convém ter os seguintes procedimentos:
- Drenagem de águas paradas.
- Desinfecção da água.
- Lavagem dos alimentos em geral e em especial dos que são comidos crus, como fruta e saladas.
- Desinfecção e limpeza de locais susceptíveis de atrair ratos.
- Exterminação de roedores.
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Parvovirose Canina
A Parvovirose canina, também conhecida como gastroenterite vírica, é uma doença relativamente recente que se instalou na população canina por volta de 1978. Tal como o nome indica, é causada por um vírus. A principal fonte deste vírus são as fezes de cães infectados, sendo os animais susceptíveis expostos à infecção pela ingestão das partículas víricas. Após a ingestão, o vírus é transportado para o intestino onde invade a mucosa intestinal e causa inflamação.
Infelizmente, e ao contrário da maior parte dos vírus, o vírus da parvovirose canina é muito estável no ambiente e resistente aos efeitos do calor, detergentes e álcool, tendo sido já recuperado de fezes de cão após três meses à temperatura ambiente!
Devido à sua estabilidade, é facilmente transmitido pelo ar ou por objectos contaminados (roupa, sapatos, etc), não sendo necessário o contacto directo entre os cães para a disseminação do vírus.
Os cães que são infectados e manifestam sinais clínicos ficam doentes normalmente 7 a 10 dias após a infecção inicial. Os sintomas mais característicos são os vómitos e a diarreia, que podem ser bastante severos, embora os cães também possam exibir anorexia, letargia e febre. Geralmente os vómitos são o primeiro sinal e a diarreia pode não estar presente no quadro clínico inicial. A parvovirose pode afectar cães de todas as idades, embora seja mais comum em cães com menos de um ano de idade. Os cachorros com menos de cinco meses são os mais severamente afectados e os mais difíceis de tratar.
O diagnóstico da parvovirose é muitas vezes um desafio para o Veterinário, pois há uma infindável lista de outras doenças que causam vómitos e diarreia. Normalmente é feito um diagnóstico tentativo com base na contagem das células brancas sanguíneas (leucócitos). A parvovirose é caracterizada por uma contagem reduzida (leucopénia), embora esta possa estar normal no início dos sintomas clínicos! A confirmação do diagnóstico pode ser feita por meio de um teste laboratorial, em que se faz a detecção de anticorpos anti-vírus no sangue, embora resultados negativos não sejam totalmente fiáveis...
Uma pergunta que naturalmente se põe, é se existe tratamento e se este é eficaz. Não há tratamento para matar o vírus após a infecção. A acção do vírus no organismo do animal não é causar directamente a morte. Em vez disso, ele provoca uma destruição do epitélio intestinal resultando numa desidratação severa, desequilíbrios electrolíticos e infecção da corrente sanguínea por bactérias intestinais. Assim, o tratamento de um cachorro com parvovirose passa por um tratamento de suporte, em que se tenta corrigir a desidratação e desequilíbrios electrolíticos, mediante a administração de fluidos intravenosos. A este tratamento de suporte adicionam-se os antibióticos, para tentar evitar a septicémia (infecção do sangue), e os anti-eméticos para controlar os vómitos.
A maioria dos cães com parvovirose recuperam se tiver sido instituído um tratamento agressivo, e se este começou antes do desenvolvimento de septicémia e desidratação severa. Por razões ainda não esclarecidas, verifica-se uma maior susceptibilidade de algumas raças a esta doença, nomeadamente o Rottweiler, tendo uma maior taxa de mortalidade que outras raças.
Como é que se pode prevenir a Parvovirose?
A melhor maneira de proteger o seu cachorro contra a parvovirose é a vacinação. Os cachorros recebem a vacina da parvovirose quando fazem o esquema de vacinação normal às 8, 12 e 16 semanas de idade. Após as vacinas de cachorro, todos os cães devem levar o reforço anual. As cadelas gestantes devem ser vacinadas duas semanas antes do parto, para que a transferência de anticorpos protectores para os cachorros seja mais efectiva. Em todos os casos, deve ser o Veterinário a decidir sobre o melhor esquema de vacinação para o seu cachorro.
Existe alguma maneira de matar o vírus no ambiente?
A melhor maneira de destruir o vírus é lavar os utensílios, chão e outras coisas que possam estar contaminadas, com lixívia, numa diluição de 1:30. É importante usar a lixívia porque a maioria dos outros desinfectantes não tem acção sobre o vírus da parvovirose.
A Parvovirose é um risco para o ser humano? E para os gatos?
Até ao momento, não há qualquer evidência de que o vírus da parvovirose canina seja transmissível aos humanos ou aos gatos.
Cuidados a ter com cadelas grávidas
O cruzamento deve ser acordado entre os donos dos cães para a altura do cio da mesma. Deve-se evitar o cruzamento de animais de raças diferentes com grande disparidade de tamanhos entre o macho e a fêmea, pois geralmente leva a complicações no parto.
Quando se pensa em acasalar uma cadela a alimentação é essencial, já que das boas condições físicas da mãe dependerá o nascimento de uma ninhada forte e saudável. Os cuidados alimentares devem ter início após o cruzamento e manterem-se até 15 dias após o desmame. A fêmea não deve estar gorda quando cruzar e não pode receber gorduras na alimentação. A obesidade em uma cadela grávida pode ter consequências sérias. Por exemplo, no caso de haver necessidade de um parto por cesariana, a gordura é um incómodo a evitar.
A cadela em gestação tem necessidade de muitas proteínas e uma complementação alimentar de cálcio e sais minerais. As proteínas podem ser encontradas nos próprios alimentos como a carne, o leite, verduras ou ração. No entanto, o cálcio deve ser ministrado com orientação do veterinário.
O proprietário deve estar sempre atento para que a cadela tenha água limpa e fresca à vontade. Os farináceos devem ser totalmente evitados, pois propiciam a formação de gases e como consequência aparecem as cólicas intestinais. As cadelas de pequenas dimensões podem sofrer de eclampsia, falta de cálcio devido à amamentação pelo que é conveniente tratar com o seu veterinário de fornecer um suplemento de forma a prevenir esta situação.
Um cuidado para evitar problemas digestivos é oferecer à cadela um maior número de refeições por dia, com quantidades menores de alimento de cada vez. Exercícios moderados até a época do parto são aconselhados.
Deve-se escolher um local onde a cadela possa efectuar o seu "ninho" de forma a ter as crias à sua vontade sem interferências. No caso de cadelas de grande porte, atenção a que inadvertidamente não esmaguem as suas crias. Deve-se tomar cuidado pois as cadelas podem tornar-se agressivas durante este período em defesa dos filhotes.
A saúde dos cachorros deve estar em primeiro lugar. Uma radiografia e ecografia de controlo são aconselhadas para a detecção do número de fetos e para verificar se se encontram vivos. Não deve de forma alguma tratar de todo o processo de cruzamento, gestação e parto sem uma visita ao veterinário. Se durante a gestação tiver surgido algum problema, este pode ser previsto e/ou evitado/minorado com o recurso a profissionais.
A alimentação dos cachorros pode ser complementada caso o leite materno seja insuficiente com o recurso a leites de substituição.
Autor: Hospital Veterinário Principal Dra. Cristina Alves
Lidar com a morte de um animal
Todos os animais morrem e devido à curta esperança média de vida que têm em relação aos humanos é frequente os donos terem de enfrentar a perda de um ou mais animais de estimação. Por se tratar de um animal irracional, o dono muitas vezes questiona-se sobre se tem direito a fazer o luto. Os animais de estimação partilham a nossa vida durante anos. Contamos com eles para apoio, pois não criticam nem julgam; para aliviar o stress, pois estão sempre prontos para a brincadeira; e não há nada melhor do que um afago, depois de um dia que não correu tão bem. É por estas razões que os humanos se apegam aos animais, criando laços profundos de companheirismo. São âncoras com quem podemos sempre contar, até ao dia em que por acidente ou por doença deixam de estar entre nós.
Sofrer ou não sofrer
Um animal não é uma pessoa, mas é normal sofrer com a morte de um ser com quem partilhou a vida durante 5, 10 ou mesmo 20 anos, mesmo que esse ser não seja racional. Os donos têm o direito de sofrer com a morte do seu animal, independentemente da opinião da vizinha, do familiar ou do colega de trabalho. Por vezes os donos de animais de estimação sentem que não têm “permissão” para chorar abertamente a morte do seu animal, seja porque o valor do seu animal é depreciado por outros ou seja porque os outros nunca passaram por essa situação. O mais importante é saber que não precisa da autorização de alguém para poder chorar o seu animal. Procure pessoas que estejam a passar pela mesma situação e desabafe. Em casa, não se iniba de falar e chorar em frente de outros adultos. Ninguém lhe pode dizer ao certo durante quanto tempo se sentirá triste, pois o processo de aceitação depende de cada um. Existem contudo quatro etapas ligadas à perda de um ente querido:
Um animal não é uma pessoa, mas é normal sofrer com a morte de um ser com quem partilhou a vida durante 5, 10 ou mesmo 20 anos, mesmo que esse ser não seja racional. Os donos têm o direito de sofrer com a morte do seu animal, independentemente da opinião da vizinha, do familiar ou do colega de trabalho. Por vezes os donos de animais de estimação sentem que não têm “permissão” para chorar abertamente a morte do seu animal, seja porque o valor do seu animal é depreciado por outros ou seja porque os outros nunca passaram por essa situação. O mais importante é saber que não precisa da autorização de alguém para poder chorar o seu animal. Procure pessoas que estejam a passar pela mesma situação e desabafe. Em casa, não se iniba de falar e chorar em frente de outros adultos. Ninguém lhe pode dizer ao certo durante quanto tempo se sentirá triste, pois o processo de aceitação depende de cada um. Existem contudo quatro etapas ligadas à perda de um ente querido:
Negação, choque, isolamento
Geralmente ocorre quando o animal ainda está vivo, mas encontra-se já em fase terminal. Os donos têm dificuldade em aceitar a morte do animal e evoluem para um estado de choque quando a morte efectivamente ocorre. Sentem-se fora da realidade e não conseguem perceber que o animal já não está efectivamente entre nós.
Raiva
Assim que se apercebem da realidade, os donos sentem-se zangados e disparam sentimentos de raiva em várias direcções. Pode-se sentir traído pelo próprio animal, que o abandonou, pelos membros do resto da família, que não expressam os sentimentos da mesma forma, pela sociedade, pelo veterinário e até mesmo Deus. Apesar de racionalmente a raiva indiscriminada não ter lógica, emocionalmente os donos não conseguem deixar de se sentirem zangados.
Culpa
A culpa é frequente nos casos em que um ente querido falece. Começamos a supor tudo e mais alguma coisa: “Se tivéssemos consultado mais opiniões profissionais”; “Se lhe tivesse dado mais atenção”, etc. Quando se trata de um animal de estimação, a culpa é recorrente, pois o dono é responsável por ele e é ele quem toma todas as decisões que influenciam de forma determinante a vida do animal. Assim, o dono sente-se também responsável pela sua morte. Também muito comum é o sentimento “Se eu tivesse passado mais tempo com ele” ou pactos secretos como “Se eu fizer isto, o meu animal volta para mim”. Os casos em que a decisão de eutanásia foi colocada, independentemente de ter sido ou não aceite, gera um sentimento de culpa no dono que se questiona se terá agido da melhor forma, quer por ter terminado o sofrimento do animal, quer por ter insistido no tratamento.
Depressão
É natural ficar triste quando morre um ente querido, mas a depressão é um estado psicológico que deve ser acompanhado por um médico. Muitas vezes esta fase caracteriza-se apenas por momentos de tristeza, que não chegam a tornar-se depressões. Esta fase pode terminar quando sentimos que há outros que partilham a nossa dor.
Recuperação
A recuperação é pautada pela aceitação da morte como algo que aconteceu e sobre o qual não temos poder de alterar. Implica encarar a vida tal como ela é e seguir vivendo. Não é uma altura de sorrisos ou momentos felizes, é antes marcada pelo regresso da calma e paz. Estas fases podem não se suceder e o dono pode saltitar entre estes estados de alma. Pode inclusivamente não experienciar todas as etapas. Momentos pontuais podem atirar o dono em recuperação para uma destas fases novamente, tais como o aniversário do animal de estimação ou outras mortes, por exemplo. O processo de luto difere de indivíduo para indivíduo, daí que a recuperação tenha de partir da própria pessoa e não de forças externas.
Recordações
Seguir em frente não implica esquecer o seu animal. Por vezes, “arrumar as ideias” ajuda a ultrapassar esta fase. Pode fazer um álbum de fotografias para guardar ou enterrar no jardim, numa espécie de funeral simbólico, já que a maioria dos animais são cremados. Com isso pode fazer um memorial ao animal. Muitos donos optam por plantar árvores a quem atribuem o símbolo do animal. Para dar um tom mais positivo num momento triste, pode doar algum dinheiro a instituições de recolha de animais, apadrinhar um animal ou qualquer outra coisa que faça sentido para si. Geralmente fazer algo de positivo para a comunidade faz com que as pessoas se sintam melhor com elas próprias.
Ultrapassar
O tempo é o melhor remédio e cura tudo. Se der tempo ao tempo, a dor sossega e vai progressivamente recordando os bons momentos e não a morte. Com tempo, os donos começam a rir quando se lembram das traquinices dos animais, daquela vez em que ele roeu o sapato, que o fez tropeçar na rua, etc.
Novo animal
Os animais são insubstituíveis, mas assim que chegar à fase de recuperação pode pensar em ter um novo animal novamente. Os animais fazem-nos rir e as suas exigências obrigam-nos a não desistir. Mas não se precipite. Toda a família deve querer um novo membro e este não deve ser visto como substituto mas como um animal independente e com um temperamento próprio.
Animais de estimação contribuem para o bem-estar
Os estudos mais recentes têm demonstrado que existem vários benefícios dos animais de companhia no desenvolvimento psicológico, social e na qualidade de vida das pessoas. Verificaram-se níveis de solidão, depressão e ansiedade mais baixos em pessoas que possuíam animais de companhia. Um dos problemas mais comuns nos dias de hoje é o stress. A interacção com animais de companhia pode, de facto, contribuir para a redução dos níveis de stress, proporcionando um suporte emocional a muitas pessoas. Acrescenta-se, ainda, o papel de facilitadores sociais e de integração de crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiência.
Estes são apenas alguns resultados encontrados nas centenas de estudos que já foram realizados por psicólogos, psiquiatras e médicos. Contudo, é importante referir que estes benefícios surgem apenas em pessoas que gostam e estabelecem uma ligação emocional próxima com animais.
Crianças
Há cada vez mais certeza de que a existência de um animal de companhia na vida das crianças lhes proporciona um desenvolvimento mais harmonioso, quer psicológica, quer socialmente. As crianças que possuem cães em casa e que interagem com estes apresentam uma maior descentração pessoal e um comportamento mais pró social. Para além da facilitação e integração social, a interacção com animais de companhia contribui positivamente para a auto-estima e sentido de responsabilidade. Os animais de companhia são verdadeiros promotores da qualidade de vida das crianças, uma vez que facilitam a exploração do mundo e ajudam na construção da sua independência. Muitas crianças encaram os seus animais de companhia como parceiros de brincadeiras, aventuras e como os seus fiéis protectores. Esta visão vai mudando com o tempo, passando os animais de companhia a serem os mais íntimos confidentes e fonte de suporte emocional. Independentemente da idade, a maioria das crianças encara os animais como um amigo especial e como membro da família.
Idosos
A solidão e o isolamento social são outros problemas que têm vindo a crescer na nossa sociedade. Basta pensar na quantidade de idosos que vivem sozinhos nas cidades e aldeias do nosso país. Muitos deles possuem pouco ou nenhum suporte social. Um grande número tem um cão ou um gato. Os animais tornam-se fiéis companheiros, dando maior alegria e um sentido a uma existência que nem sempre é colorida. Alguns estudos indicam que a qualidade de vida do idoso aumenta, assim como a sua longevidade. A inserção de animais de companhia em lares tem proporcionado oportunidades para os idosos conversarem, recordarem outros tempos, assim como para a sua estimulação sensorial.
Dr. Hugo Jorge - Psicólogo
O Menino e o Labrador
ABC da criação de cães
Quantas vezes não desejamos cruzar a nossa cadela. Algumas vezes para ter descendência dos nossos amigos de quatro patas, outras para ganhar uns tostões. É uma cena repetida muito frequentemente e que acaba por se traduzir num cenário conhecido. Um dono em pânico e uma cadela em sofrimento. Se por vezes essa atitude é devida à inexperiência, amiúde é consequência de falta de informação e acompanhamento especializado.
Os resultados podem ser muitos mas pode implicar desde a perda da ninhada ou da cadela. O meio melhor de evitar ou se preparar para estas situações é ser um proprietário informado antes de criar cruzar os seus cães.
No veterinário
Antes de decidir cruzar o seu cão, uma visita ao seu veterinário é essencial. Assim pode assegurar-se de que o seu cão está em saúde excelente, com as vacinas em dia e livre de parasitas externos e internos. Discuta uma dieta adequada para a gravidez, pois certos requisitos nutricionais aumentarão. Se tem um cachorro de raça, esteja seguro de discutir qualquer possíveis problemas hereditários , porque cada raça tem uma tendência a desenvolver certas doenças ou condições. O seu veterinário pode informar de que problemas são comuns entre sua raça específica e se seu cão é um bom candidato ao cruzamento. O temperamento é importante. Animais tímidos ou agressivos, ansiosos ou nervosos frequentemente fazem pais pobres e passam estas características aos seus filhotes.
Durante a gravidez deverá ainda efectuar um diagnóstico de gestação.
O parceiro correcto
O companheiro direito para a sua cadela deve ser feito cuidadosamente e com consideração. Escolha um companheiro que complemente o seu animal . Um criador experiente frequentemente pode ser útil em mostrar-lhe as qualidades e defeitos do seu animal. Todas as raças têm um estalão da mesma que deverá conhecer de forma a avaliar o parceiro de cruza.
Ciclo Reprodutivo
O seu veterinário pode explicar em detalhe o ciclo reprodutivo da sua cadela caso não o conheça. Isto é essencial para tratar bem a cadela durante a gravidez. Uma cadela torna-se fértil aproximadamente duas vezes por ano. O cruzamento deverá ser feito nestes ciclos na altura mais propicia em que a cadela aceita o cão. No caso de algumas raças como o Buldogue Inglês poderá ser necessário recorrer a inseminação artificial. O período de gestação, é de 58 a 63 dias a contar do dia do cruzamento.
O trabalho de parto
Durante as primeiras semanas de gravidez provavelmente não notará quaisquer diferenças notáveis em comportamento. Como a aproximação do parto a sua cadela pode tornar-se inquieta e começar a fazer o ninho e a desejar isolamento e tranquilidade. Com a aproximação do parto, segue-se uma queda natural na temperatura do corpo. Com o inicio do parto a cadela activamente contrai os músculos do abdómen e útero para ajudar a empurrar os cachorrinhos para a frente. Às vezes um fluido sai antes do cachorrinho. Estes são as membranas da placenta. Pode ter de ajudar a sua cadela a rasgar as placentas quando os filhotes estão cá fora. Não se admire de ela as comer. Se a sua cadela estiver mais de uma hora sem que saia um cachorro é altura de telefonar ao seu veterinário.
Seja previdente
Todos esperamos um trabalho fácil e entrega com um ninhada linda de animais saudáveis como resultado. Mas se espera o melhor você também deve ser preparado para o pior. Uma cesariana é frequentemente necessária e regularmente antecipada em certas raças, tal como o buldogue inglês, como referido anteriormente. Nem todas as crias sobrevivem; algum estão com defeitos de nascimento. E contrariamente à crença popular, nem todas as cadelas são "mães naturais." Algumas simplesmente rejeitam a ninhada pelo que deverá estar pronto para dormir por turnos durante 6 semanas com recurso a leite de substituição.
Além dos filhotes deve tomar cuidado com a mãe. A alimentação indicada para o aleitamento deve ser mantida rigorosamente e deve verificar se surgem feridas nas mamas derivadas do aleitamento. Informe-se sobre o risco de eclampsia no caso de ter uma cadela de pequenas dimensões.
Economicamente falando
Para o final deixo o que deveria ser considerado no inicio. As considerações económicas. Se está a pensar em ser criador profissional deverá saber exactamente qual o percurso que deseja e estar ciente dos investimentos avultados que terá de fazer em instalações, veterinários, animais e aprendizagem. È um percurso acidentado e muitas vezes ingrato num país sufocado por excesso de oferta de raças da moda criadas unicamente por considerações mercantilistas. O Criador responsável não tira um grande lucro de seus cães pois não se dá a economias para aperfeiçoar a raça.
Caso crie para ter um descendente de seu cão ou cadela, tenha algum dinheiro de parte para eventuais complicações no parto e ter os suplementos necessário para a mãe e seus filhotes e não se esqueça de começar a procurar donos para a ninhada antes mesmo de eles nascerem.
Os resultados podem ser muitos mas pode implicar desde a perda da ninhada ou da cadela. O meio melhor de evitar ou se preparar para estas situações é ser um proprietário informado antes de criar cruzar os seus cães.
No veterinário
Antes de decidir cruzar o seu cão, uma visita ao seu veterinário é essencial. Assim pode assegurar-se de que o seu cão está em saúde excelente, com as vacinas em dia e livre de parasitas externos e internos. Discuta uma dieta adequada para a gravidez, pois certos requisitos nutricionais aumentarão. Se tem um cachorro de raça, esteja seguro de discutir qualquer possíveis problemas hereditários , porque cada raça tem uma tendência a desenvolver certas doenças ou condições. O seu veterinário pode informar de que problemas são comuns entre sua raça específica e se seu cão é um bom candidato ao cruzamento. O temperamento é importante. Animais tímidos ou agressivos, ansiosos ou nervosos frequentemente fazem pais pobres e passam estas características aos seus filhotes.
Durante a gravidez deverá ainda efectuar um diagnóstico de gestação.
O parceiro correcto
O companheiro direito para a sua cadela deve ser feito cuidadosamente e com consideração. Escolha um companheiro que complemente o seu animal . Um criador experiente frequentemente pode ser útil em mostrar-lhe as qualidades e defeitos do seu animal. Todas as raças têm um estalão da mesma que deverá conhecer de forma a avaliar o parceiro de cruza.
Ciclo Reprodutivo
O seu veterinário pode explicar em detalhe o ciclo reprodutivo da sua cadela caso não o conheça. Isto é essencial para tratar bem a cadela durante a gravidez. Uma cadela torna-se fértil aproximadamente duas vezes por ano. O cruzamento deverá ser feito nestes ciclos na altura mais propicia em que a cadela aceita o cão. No caso de algumas raças como o Buldogue Inglês poderá ser necessário recorrer a inseminação artificial. O período de gestação, é de 58 a 63 dias a contar do dia do cruzamento.
O trabalho de parto
Durante as primeiras semanas de gravidez provavelmente não notará quaisquer diferenças notáveis em comportamento. Como a aproximação do parto a sua cadela pode tornar-se inquieta e começar a fazer o ninho e a desejar isolamento e tranquilidade. Com a aproximação do parto, segue-se uma queda natural na temperatura do corpo. Com o inicio do parto a cadela activamente contrai os músculos do abdómen e útero para ajudar a empurrar os cachorrinhos para a frente. Às vezes um fluido sai antes do cachorrinho. Estes são as membranas da placenta. Pode ter de ajudar a sua cadela a rasgar as placentas quando os filhotes estão cá fora. Não se admire de ela as comer. Se a sua cadela estiver mais de uma hora sem que saia um cachorro é altura de telefonar ao seu veterinário.
Seja previdente
Todos esperamos um trabalho fácil e entrega com um ninhada linda de animais saudáveis como resultado. Mas se espera o melhor você também deve ser preparado para o pior. Uma cesariana é frequentemente necessária e regularmente antecipada em certas raças, tal como o buldogue inglês, como referido anteriormente. Nem todas as crias sobrevivem; algum estão com defeitos de nascimento. E contrariamente à crença popular, nem todas as cadelas são "mães naturais." Algumas simplesmente rejeitam a ninhada pelo que deverá estar pronto para dormir por turnos durante 6 semanas com recurso a leite de substituição.
Além dos filhotes deve tomar cuidado com a mãe. A alimentação indicada para o aleitamento deve ser mantida rigorosamente e deve verificar se surgem feridas nas mamas derivadas do aleitamento. Informe-se sobre o risco de eclampsia no caso de ter uma cadela de pequenas dimensões.
Economicamente falando
Para o final deixo o que deveria ser considerado no inicio. As considerações económicas. Se está a pensar em ser criador profissional deverá saber exactamente qual o percurso que deseja e estar ciente dos investimentos avultados que terá de fazer em instalações, veterinários, animais e aprendizagem. È um percurso acidentado e muitas vezes ingrato num país sufocado por excesso de oferta de raças da moda criadas unicamente por considerações mercantilistas. O Criador responsável não tira um grande lucro de seus cães pois não se dá a economias para aperfeiçoar a raça.
Caso crie para ter um descendente de seu cão ou cadela, tenha algum dinheiro de parte para eventuais complicações no parto e ter os suplementos necessário para a mãe e seus filhotes e não se esqueça de começar a procurar donos para a ninhada antes mesmo de eles nascerem.
Vasco Valente: Canil Casa de Anaval
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